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A mostrar mensagens de maio, 2009

Quando o tempo chegar

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Como um assobio absurdo Que sobra no ar do caminho Não sou mais que um sopro leve Vestígio ténue do vazio Na janela da encruzilhada O embalo subtil me embala Sou talvez o teu diário Que fechaste sem escrever nada Quando o tempo terminar E as folhas amarelas tu pisares Serei menos que esse sopro Menos que o respirar esquecido Menos que o calor do grito Quando o tempo terminar Haverá apenas a certeza de que um dia fui Absurdamente... nada Quando o tempo terminar Serei alguma coisa que passou... Perto de alguma coisa que me viu passar... Quando o tempo terminar Serei tão somente a esfera mínima de força O nano-universo último A anti-matéria explosiva que sacudirá os mundos em mim Quando o tempo terminar E já não existir mais tempo para me queixar Então recolherás as minhas folhas amarelas, a caneta perfumada e a solidão deixada orfã À luz da manhã Quando esse tempo chegar Irás ler o que deixei E entender que todo o caminho que percorri Trouxe-me onde estou agora À montanha imensa da verda...

Contrário

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Deleito o tempo aqui Desfaço papoulas azuis em creme silêncio Que o silêncio me eleva ao vazio Aqui adormeço Todas as noites como todos os dias O poema absorto Que a metáfora faz de ti A metáfora Sou louca de ternura E sozinho me acompanho em multidão Sou o expoente de não ser eu nem mais que eu Eu só eu sou vazio E sou neutro De não ser nada Do que os outros são Sou o contrário de tudo...! Pedro Campos.