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A mostrar mensagens de janeiro, 2013

Inebriante

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Garden Garment acrylic on wood, 40"x32", Duy Huynh A pele Só a pele bastaria Mas há também o perfume Essa mescla de vida em intensidade E a expressão Sublime Os passos Num caminhar dançante Subtileza de garça Entre as ervas da fantasia À procura de sonhos Perante ti Nada mais a existir Nada mais a procurar Toda tu preenches Os espaços infinitos E o tempo explode O tempo torna-se ridiculamente vazio Sem medida... Deliro Vejo cores em frequências impossíveis de enxergar Bebo dos teus lábios Macios, frutados, faiscantes E apaziguo-me na levedura da sensação Os sentidos em febril eloquência Despertam, endoidecem, hiperbolizam-se São maiores que o seu tamanho São sem tamanho Inebriante Tu és o meu tempo no espaço És a direcção irreal na arquitectura impossível do amanhã. Pedro Barão de Campos.
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Paisagens de madeira, texturas de sede É este o verso que incendeia a alma Antes de abrir a porta ao desespero Fito, solene A estrada adiante É como um rio pálido De que me arrependo Energicamente, o assobio, ao longe Ventilando entre a voz, a noite De que tempo é o meu desejo? Em que mãos me alucino? Vigoroso, o rasto no céu De uma asa entreaberta como uma cortina Sou de uma caverna, escura e fria Onde o primitivismo ainda habita! As mãos pegam em pedras Dessas que há por aí, no chão E também dentro do peito de alguns Onde formam cordilheiras de rochas duras, cinzentas e cruas Só beijadas pelo vento e pela chuva do inverno. Pedro Barão de Campos.