Liberta-te dor!
Solta de mim esse peso
Afaga-me com sentimento a pele suadaE sob as cores de um horizonte esquecido
Lembra-te que foste até à beira do abismo
Lembra-te que todos os teus passos
Foram os meus pés que os caminharam
Todos os meus dedos que sentiram a textura do caminho
E a dureza da solidão
Por isso...
Por muito mais...
Livra-te de mim... dor!
Que o tempo que há...
Quero-o apenas para ser menino em ilusões
De felicidades e alegrias supremas
Sem espaço para dilemas nem questões....
Por favor!
Quero cair... aqui... inundado de ignorância
Com os olhos sem ver...
E a alma anestesiada... com as cores dos lírios do jardim
Por favor!
Quero um querer que não doa
Um estar que seja apenas estar...
Um ser que seja apenas existir...
Com os olhos sem ver...
E a alma anestesiada... com as cores dos lírios do jardim
Por favor!
Quero um querer que não doa
Um estar que seja apenas estar...
Um ser que seja apenas existir...
Acordar, adormecer, comer, beber
E quando alguma dor surgir... morrer...!
Morrer entre os véus...
De uma musa que irei inventar
Quando a dor chegar
De uma musa que irei inventar
Quando a dor chegar
Aqui.
Até lá, tremoços, um copo cheio sobre a mesa e a singela alegria
De apenas existir.
Pedro Campos.
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