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Avenida Inatingível
Da cor de uma memória
Indefinida e impossível
Abre-se no longe a estreita porta
De uma avenida inatingível
É um perfume inebriante
Adocicado de penumbra
Flutuando entre a névoa
Repleto de imprevisto e aventura
Quando no vácuo alucino
Para lá do limite real
Vejo um semblante de fascínio
Entre as árvores da marginal
É a tua fotografia
Dentro de um sonho que já tive
Divagando na noite fria
Foste a lanterna do meu caminho
Contei gestos na incerteza
Dessas que toda a gente tem
E em tantos versos cheios de mundo
Foi só em ti que me decifrei
E fiquei longe na madrugada
Entre o rochedo e a maresia
Dedilhando na guitarra
Fluxos breves de fantasia.
Fiquei a chamar por lembranças
Tão perto de lhes tocar
E um respirar tão emergente, próximo...
De explosivo o latejar...
Numa espécie de abrigo secreto
Escondi um diário precioso
Adormeci como um menino pequeno
Extasiado pelas estrelas do céu
Num encantamento supremo
Em silêncios sublimes de grito
Visitei de novo o uivo do lobo e transmutando o vento
Quase me destilei em ironia
É que no espectro colorido de uma memória
Inesquecível, luminosa e febril
Cabe sempre o espaço aberto do futuro
De uma estrada com o destino por definir.
Abre-se agora essa porta estreita
Indefinida e impossível
De onde se vê o horizonte inteiro
Para a avenida inatingível.
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