Solta-te
Liberta-me de tudo
E deixa-me vazio...
Um recipiente abandonado
Numa estrada por onde a guerra já passou
Solta-te
Deixa-te ir num fluir que já não há
Ser talvez o que já não podes ser
E acontecer-te nunca e sempre
Numa espera que não alcança
O que faço aqui, a olhar para ti?
Foi sempre assim?
Percorri tantas vezes o caminho mais difícil para te encontrar
Escondi-me tantas vezes, fugi...!
Para quê?
Porquê?
Talvez, na sombra, entenda melhor o efeito da luz sobre os corpos
Talvez, ao relento, com o vento a massajar-me o pensamento
Encontre o inevitável fascínio
De uma montanha em aguarela colorida
E a tua figura como medida
Da excitação fulgurante e febril...
Do teu sorriso sublime.
Mas, porquê?
Porquê, gostar assim de ti?
Solta-me, pensamento cruel!
Liberta-me de tudo!
Deixa de existir em mim!
Pedro Barão de Campos.
2 comentários:
Quanto mais leio-te... mais encanto-me!
Me identifico com os teus escritos!
Olá amigo...muito belo o teu escrito!
Parabéns
Eu indiquei o seu lindo Blog para o premio de Dardos, é só ir até a minha página para buscar amigo!
"Se quiser é claro!"
Um ótimo dia para você!
Abraços
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