Duy Huynh - Journey Within A Journey II, 2012, acrylic on wood, 32"40". Se eu pudesse separar-me de mim Ignorar o colete de forças que me agarra Ao doloroso fim que há-de vir Eu poderia ser feliz. Se eu fosse capaz de correr mais do que a minha sombra Ou ela ficasse estática e suspensa no ar circundante ao meu movimento Sei que seria menos múltiplo aqui Eu poderia ser feliz. Se o espaço fosse reduzido ao habitat dos teus lábios E a tua língua dançasse como um rio por entre as margens Tudo serias a hipérbole do sonho e a utopia da fascinação Então, eu seria feliz. Mas não consigo separar-me de mim, nem correr assim tão depressa Se ao menos pudesse correr devagar, mas para ti Talvez assim, pudesse ser feliz. De olhos nos olhos com o meu reflexo no espelho Dialogo como num monólogo de ausência, no limiar do desassossego... Acordem mãos vacilantes! Apertem-se em mim! Esmaguem esta dor cortante ...
Twilight Dancers, 2013, Acrylic on wood panel, 30"x30" Duy Huynh Esculpo o silêncio Em redor do teu corpo Esvoaçam os meus sonhos a tocar-te Tanto eu desejava ter-te comigo Abraçar-te na noite gelada E fazer de ti A minha morada Os dedos esquivam-se Na nocturna solidão Preenchem o espaço nas teclas negras e gastas da velha máquina de escrever E em cada letra, em cada gesto, morrem mais um pouco Em cada respirar Terminam-se Ao tentar descrever-te A ti... O meu impossível... Pedro Barão de Campos.
Duy Huynh - A Chorus From The Brain Forest acrylic on wood, 32"x40", sold A luz do sol Entra pela janela do quarto Há uma distorção ténue na sua direcção Invade o espaço indefinido em que estou E faz de mim um refém do futuro Onde os espasmos de lucidez Me sacodem e pintam De realidade A luz do sol Quimera que transcende o instante É delírio perdido no mundo dos teus olhos Em que aterrei fascinado, nesse voo nocturno Rota de desconhecido A luz do sol entra Os raios luminosos parecem estar suspensos no ar Linhas rectas alinhadas lado a lado Como pontes ilusórias que me ligam a esse mundo E criam, esperançosamente, o acreditar O acreditar… Que és a melodia De uma sinfonia sublime. Pedro Barão de Campos.
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