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Porta n.º 53



Quando anoitece
Aqui estou eu
Uma vez mais sentado à porta
Número 53.

Sou eu ou tu,
Ou ninguém, talvez.
Sou o verso alado da esperança
Em que crê quem já não espera nada...

Assim, aqui...
Deleito-me a saborear
Aromas e paladares
De experiências feitas sem guia
E tu...
Trazes a comida...

Deslumbrante a pele
Divagante no sentir que mostras
Qual caravela flutuante
Em dossel de armadura bela

Acordo a pensar nesta certeza
Que o desenleio das minhas incertezas
Me leva até ti, doce desconhecida...

Tens voz doce e branca e sublime...
Como as lagoas de natureza viva à tua volta
Acariciadas por árvores que lhes definem fronteiras
E as protegem da sorte
Ou do azar...

Se eu pudesse...
Oh... se eu pudesse...!
Se fosse capaz de dizer-te quem sou
De falar-te do que vejo
Do que sinto
Do que quero....
Do que penso aqui...
Sob o firmamento...!

Se eu pudesse...
Mostrar-te a minha cor
E beijar-te com fulgor
Esses lábios de carne suculenta... pele clara.... em moldura negra...
Perfumados com aroma de amora e mel
Sob a sombra de um Alecrim florido...
Que desabrocha nesse canteiro adormecido
Frente à porta número 53...


Pedro Campos.

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