Do meu lugar em ti
É do meu lugar em ti
Que hoje te falo
Essa rua, essa avenida, esse país
Esse sublime e pulcro instante
Que é tempo e espaço
Num território impossível
No transcendente da razão
É do meu lugar em ti
Que desabrocha a cor
E se arquiteta a fantasia
Com que noite e dia
Entre a humidade em gotículas
Germinam as flores do jardim
É do meu lugar em ti
Que acordo de ventania
E sou o sopro rompante, a respiração explosiva
A vertigem deslumbrante
De olhar-te assim, paisagem doce e solene, a cada dia
É do meu lugar em ti
Que partem todos os navios da utopia
Em aventureiras descobertas de horizontes novos
Tão longe, tão perto, tão fundo…
Esse lugar secreto
Onde alucino de futuro
É no meu lugar em ti
Que a quimera e o excesso ganham forma
E se esboçam na substância de existir
Além da metáfora
Que a quimera e o excesso ganham forma
E se esboçam na substância de existir
Além da metáfora
É do meu lugar em ti
Que voam velozes os pássaros da alma e do sonho
E contemplo, comovido, o teu olhar
Como se fossem as pinturas de um mundo
Onde tudo faz sentido
Que voam velozes os pássaros da alma e do sonho
E contemplo, comovido, o teu olhar
Como se fossem as pinturas de um mundo
Onde tudo faz sentido
É do meu lugar em ti
Que hoje te falo
Desse inexequível amanhã
Dessa intangível rota
Onde caminhei sempre perdido
E nunca poderei permanecer além do tempo de um sorriso
Que hoje te falo
Desse inexequível amanhã
Dessa intangível rota
Onde caminhei sempre perdido
E nunca poderei permanecer além do tempo de um sorriso
É nesse lugar em ti
Que me abandono
Como se fosse uma folha caída no outono
E que navegará, frágil e passageira
À mercê de um rio indistinto
Que flui intenso e selvagem
Atravessando-se às fronteiras do real
Rumo ao precipício do fim.
Que me abandono
Como se fosse uma folha caída no outono
E que navegará, frágil e passageira
À mercê de um rio indistinto
Que flui intenso e selvagem
Atravessando-se às fronteiras do real
Rumo ao precipício do fim.
Mas repousará sempre
O sonho
O sonho
Do meu lugar em ti.
Pedro Barão de Campos.
Comentários
Profundo, sublime ...sem ser lamechas ...
Obrigada