Pintura de Duy Huynh - Whatever Floats Your Boat |
III
Estás residente no pensamento
E não consigo desalojar-te
Impregnas-me de saudade
Que a tua alma é agridoce
.
Por dentro do pensamento
És a fluidez dinâmica de um acontecer sem escapatória
Como um barquinho de papel ao sabor da corrente do rio
No seu curso até ao oceano.
.
É que, tal como a água do rio, que evapora, se condensa e precipita
Ainda assim, esses pingos de chuva que caem, são pingos feitos da água desse rio...
São essa substância figurada
Que transcende o entendimento.
.
É por isso
Que sou sonho e utopia e ilusão...
E sou esse rio imenso que passa entre as margens do tempo
E tu, és essa água que lhe dá forma e cor e vida
E se não fosse a água que habita o rio
O rio seria nada
E eu não seria o rio!
.
Assim será
Sem o deslumbre desse incolor movimento
O rio secou.
Pedro Barão de Campos.
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