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A mostrar mensagens de janeiro, 2012

Por dentro do pensamento - III - O Rio

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Pintura de Duy Huynh -  Whatever Floats Your Boat III Estás residente no pensamento E não consigo desalojar-te Impregnas-me de saudade Que a tua alma é agridoce                                                                                                                                                        . Por dentro do pensamento És a fluidez dinâmica de um acontecer s em escapatória Como um barquinho de papel a o sabor da corrente do rio  No seu curso até ao oceano.                                 ...

Por dentro do pensamento - II

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Pintura de Duy Huynh - A Chorus From The Brain Forest II Será que as paredes me escutam? Será que eu próprio consigo escutar o que há do lado de dentro do pensamento? Que endofasia constante é esta que me alucina? É tão simples... Há tanta coisa que me falta encontrar em ti Tantas perguntas Tantas respostas sem perguntas Que o tempo de indagar está no fim... Ainda estou aqui? E os sinais, onde estão? Sou poesia... Sou poeira... Mas porque continuo a pensar em ti? Pedro Barão de Campos.

Por dentro do pensamento - I

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Pintura de Duy Huynh - Songbird Sabbatical  I Porque estás dentro do meu pensamento Mesmo quando eu não estou aqui? Porque és sempre esse gesto e essa cor... tão forte... intensa... Ainda que feche os olhos e nada vislumbre além do escuro dentro de mim? Qual é a direção do teu sorriso quando este se incendeia? Que eu ainda não descobri...! Por vezes, és como um navio a navegar em maré cheia E tens velas emproadas... e a direção é a do vento que passa... Não há bússola que te sirva Nem carta de marear que me previna E eu nunca sei o que esperar Dessa viagem à bolina... És por vezes a cor da melodia Que acontece entre o beijo e o abraço Incolor, à margem da fantasia És a vertigem no instante sem espaço É que não consigo não pensar-te E o silêncio é o esboço de um retrato que transcende o papel É o expoente da poesia levada ao abstracto O pensamento cá dentro É o clímax de todas as metáforas que faço É que o pensamento está dentro de mim E tal ...

O lugar do medo

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Estou aqui Onde a noite se precipita Líquido como um beijo Leve como o vento Sou a sombra que não vês Numa rua que nunca cruzaste. Rodopio, como num turbilhão Desloco-me à velocidade do pensamento Mas o pensamento morreu! E agora... O que ainda faço aqui? Existes tu.. Existo eu... Muitos mais guardam-se ainda Dentro do pensamento que morreu Além, nada mais existe Só uma utopia Só uma ausência Só um silêncio E então? Para quê? Para nada! Um vão ser... Um espaço incolor À procura de um espectro E os olhos, onde estão? Os olhos, esses, redondos, vidrados, num "flow" permanente... Para que lado estão voltados afinal, no momento em que deixas de respirar? Será que olham para as paisagens inventadas em cartolinas recortadas com formas da natureza? Será que se preenchem das visões cinematográficas de quem foram? Serão ainda capazes de olhar? E o lado de dentro? Onde está o céu azul a enfeitar-te do lado de dentro?  Mas... Há qualquer coisa...